domingo, 30 de janeiro de 2011

Baarìa - Giuseppe Tornatore (2009)



Originalmente postado em: inferno-dantesco.blogspot.com/


Não entendo por que tanta gente está reclamando deste filme do Tornatore. Superem "Cinema Paradiso", pessoas, e vamos parar com as comparações.

Concordo, não há um aprofundamento no vínculo telespectador-personagem, e isso faz com que não nos identifiquemos com o drama. Mas espera aí, será que é o personagem (menino-homem) com quem devemos nos identificar? Creio que não. Essa não é a história de um herói. É a história de uma cidade, de um povo, de uma época. Contada tão singelamente que transcende a autobiografia de Tornatore e nos traz uma realidade próxima a nossa. Por que dizer logo de cara que a maneira rápida e saltada de contar a história e as elipses plásticas e dramáticas tão bruscas são erros do diretor? Não seria o voo do garoto no início do filme o nosso voo pela história que o filme conta?

Não quero falar em certezas, porque muito fica em aberto nesse filme. Você pode escolher onde se inicia o sonho. No entanto, como diz o garoto no filme "Mas pra ficar rápido, a mosca tem que morrer?". Não, ela não tem que morrer. E esse é um jogo simbólico extremamente importante para o significado artístico do filme.

Com as ricas incertezas, ainda ficam na memória os bélissimos planos que embelezam as paisagens secas, os diálogos inocentes, a atuação dos jovens e dos velhos. Fica o filme na memória. Porque Tornatore não fez um Cinema Paradiso 2 para nós, amantes do título, mas fez o que queria, e muito bem feito.

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