segunda-feira, 21 de junho de 2010

Linha de Passe


Cidade de São Paulo, vinte milhões de habitantes, duzentos kilometros de transito...caos.
Cleusa, mãe solteira de quatro filhos esperando o quinto, cada um de um pai, trabalha como domestica em uma casa da classe média.
Cada filho representando uma história distinta que acontece em Sampa todos os dias.
Dario, sonha em ser jogador de futebol, Dinho, frentista de um posto de gasolina, se converteu pra igreja evangélica, Denis é motoboy e tem um filho que mora com a ex namorada e Reginaldo, o caçula, procura pelo pai nos ônibus da cidade.
Um filme de tanta verdade que até machuca, ele é verdade em cada cena, gesto e em cada dialogo, não há mentira, nem exagero, é a vida pela vida, dentro do caos e da intensidade da maior cidade do hemisfério sul.
Aborda diferentes temáticas dentro de uma única cidade, é um retrato fiel da vida paulistana das regiões perfiféricas, que nos leva a refletir, questionar e entender a problematica social dentro dessa megalopole.
Senti-me revendo muitas cenas da minha própria vida e de tantas vidas que passaram por mim, um filme que faz doer, aquela dor necessária que transforma e nos faz querer transformar, mas que também nos amarra pela sensação de impotência e impassividade.
É por fim um filme, com luz a um trecho da entrevista com o diretor, Walter Salles, sobre a obra, que nos faz desarmar de julgamentos, tentar enxergar o ser humano por trás daquele que rouba, daquele que prega, daquele que grita, daquele que mente, daquele que sofre.

A vida vai muito além das noticias nos jornais.