segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cape Fear - Martin Scorsese


[Demorei muito para escrever aqui, mas agora tenho tempo sobrando. Espero agradar]

Sinopse: Max Cady (Robert De Niro), um estuprador condenado, liberado da prisão após 14 anos de sentença cumpridos, persegue a família do advogado que o defendeu.

Scorsese é um dos grandes nomes do cinema. Fez grande sucesso nos anos 70 com "Taxi Driver", continuou nos anos 80 com os conhecidos "Raging Bull" e " The Last Temptation Of Christ". "GoodFellas", "The Departed" e o recente "Shutter Island" também levam seu nome. Pronto. Alguns de seus principais filmes podem guiar para uma melhor visão daquilo que "Cape Fear" representa.

Interessante notar como o Scorsese gosta de trabalhar um tema constante: as formas que o "mal" adentra a sociedade. Nessa trama de suspense criada na linha de Hitchcock, como muitos filmes do Scorsese são, a trilha é usada narrativamente de uma forma incrível. Sempre apoteótica, no último volume, o suspense grita no ouvido do telespectador a cada instante do filme. De Niro representa seu papel de maneira divina. Com um certo sotaque no inglês, o corpo todo tatuado e aquele olhar de algoz com texto maravilhoso, ele é o vilão perfeito para o filme. Sam Bowden (Nick Nolte) e Leigh Bowden (Jessica Lange) não deixam a desejar. Se precisavam demonstrar o medo que uma família sente ao saber que está sendo atacada sem defesa, eles o fazem primordialmente. Danielle Bowden (Julliete Lewis), filha do casal, pessoalmente, conseguiu me encantar. Sua personagem carrega quem assiste para onde ela quiser, seja na menina inocente que se envolve com De Niro como forma de provocação e rebeldia, seja quando, como a família, sente o medo à flor da pele. O título do filme, a priori, parece vago/abstrato (só parece), mas quando esse cabo (Cape) se rompe, não há previsão para as consequências.
Um filme genial em todos os aspectos. O medo presente do começo ao fim, repleto de frases incríveis como "There is nothing in the dark that isn't there in the light. Except fear". Planos lindíssimos, sequências impecáveis... sem dúvida, recomendável.