terça-feira, 26 de outubro de 2010


Harold and Maude (1971)



Eu juro, não corro atrás de comédias românticas, mas elas me seguem. O melhor, pelo menos, é que muitas são boas. Há muito o que falar deste filme: Ensine-me a Viver (no original: Harold & Maude).

Sou apenas um ufanista. Não sou capaz de avaliar atuação, não imagino o que seja fotografia, assisto até o fim dos créditos, mas não decoro o nome da maioria. Sei, entretanto, apreciar uma boa história e aquilo que absorvi é o que me acrescentará como pessoa. É disso o que falarei de Ensine-me a Viver

Falo sobre a história? Sobre o que aprendi com ele? Sobre algumas curiosidades?

O que acho curioso é como eu o descobri: recomendação de uma garota em um episódio de Anos Incríveis. Era um episódio que eu já havia visto, mas não dei importância na primeira vez. Agora foi o momento certo.

Harold, interpretrado por Bud Cort, é um garoto com seus dezesseis anos e de personalidade excêntrica. Um de seus hobbies é participar de funerais, parece gostar do que a morte representa. Tem dificuldades em se relacionar com as pessoas sem mostrar desprezo pelas coisas vivas. Sua mãe é transtornada pelas atitudes do filho, com certa razão: um dos divertimentos de Harold é criar falsos suicídios em uma tentativa de espantar pelo grotesco.

Ele prefaz o estilo de vida gótico, hoje tão esteriotipado. Só não é melancólico.

Entre um funeral e outro, Harold avista Maude, personagem de Ruth Gordon. Simpática, Maude é uma mulher de setenta e nove anos, toda autêntica, espontânea, canta e dança cheia de energia. É o oposto de Harold, não deixa nada guardado, não tem medo do mundo, se garante sem problemas.

A história segue em torno da compartilha entre os dois. Trocando experiências, um ensinando e o outro aprendendo. Mostra a importância em conhecer, experimentar todas as coisas do mundo. "Nos deram uma vida inteira só para ser explorada".

Os dois se apaixonam, e a diferença de idade é o suficiente para a sociedade; tanto da época quanto a atual; olhar com desgosto. Eles não se importam nem um pouco. Amor não tem idade.

Todas as pessoas que eu conheço tendem a glorificar os filmes que mais se identificaram. Não é regra geral, mas é um fator muito importante. Comédias românticas têm muito disso. Situações diversas, criadas pela nossa singularidade enquanto pessoas diferentes, mas que encaixam no enredo. Com Ensina-me a Viver foi um pouco diferente. Tive a oportunidade de conhecê-lo em um momento neutro. Não vivo um momento em que eu sinta amor parecido a outra pessoa, assim como nunca vivi uma relação com diferenças de idade tão grande (o máximo foi dez anos de diferença), nem me identifico com o personagem. Foi a forma mais pura de avaliar um filme, pois o que se obtém é a essência. Não busquei nele uma solução para meus momentos de garoto apaixonado.

Esse filme mostra a importância de um relacionamento, da cumplicidade com alguém. Não se convive por atração, se convive pelo que se vive. Uma pessoa com dez ou uma pessoa com noventa, não deixa de ser uma pessoa, e é isso o que importa. É importante é não morrer enquanto vive, mas também é essencial saber começar a viver.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Hotel Atlântico

No domingo, fui ao Cineclube de Santo André assistir "Hotel Atlântico", filme brasileiro dirigido por Suzana Amaral, mesma diretora de "A hora da estrela". Logo após o filme, houve um bate-papo com o primeiro assistente de direção dela, Tomás Rezende.

O filme é sobre um artista, um ator que decide cair no mundo, fazendo viagens ao acaso, indo aonde o vento levar. Acontecem pequenos acasos na sua viagem, e assim o filme vai acontecendo. A história é baseada no livro de João Gilberto Noll, com o mesmo título. 
Procurei alguns trailers, mas todos eles diziam de mais.